Abertura do 10º Encontro Estadual de Jovens do Campo

Participação na abertura do 10º Encontro Estadual de Jovens do Campo

Em Primeiro lugar, parabenizo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e Universidade Federal do Ceará, pela realização 10° Encontro Estadual de Jovens do Campo.
A educação é um direito de todos e enquanto tal não pode ser negada a nenhum seguimento da sociedade, sob pretextos ideológicos. A educação, faz parte de uma pauta ampla dos que reivindicam políticas públicas para o País e é fundamentado nesse direito que o MST faz dela uma bandeira de luta.
O MST concebe como educação toda a prática do Movimento identificada como uma cultura coletiva, que requer opção de cada militante e disciplina para que possam vivenciar esse projeto coletivo e superar as adversidades internas e externas.
O cultivo da memória e a compreensão da história são elementos imprescindíveis na educação dos integrantes do MST. Nos seus processos de formação, o MST começou sua história olhando para o passado da luta pela terra no Brasil. Esse costume inicial foi se transformando em princípio pedagógico. A importância desse processo pedagógico reside no fato de que, a identidade Sem Terra não teria se constituído sem o cultivo da memória do Movimento. Um assentado não pode esquecer que um dia foi acampado, não pode esquecer que muitas pessoas perderam sua vida na luta pela terra.
Hoje o MST possui uma estrutura de escolas, onde oferta a Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio); Ensino Profissionalizante e em parceria com diversas Universidades a exemplo da UFC E UECE, vários  militantes estão em cursos em nível superior como: Pedagogia da Terra, agronomia, jornalismo, direito, entre outros.
Os espaços de educação formal e informal, não trazem respostas para todas as nossas aspirações, assim também os movimentos sociais, porém juntos, conseguem criar uma perspectiva de vida com maior qualidade e por alimentarem um sonho coletivo de superação dos obstáculos, partindo do princípio de que “um sonho que se sonha só, pode ser pura ilusão e sonho que se sonha junto é sinal de solução”.
Porém, gostaria de ressaltar que o MST precisa retomar a garra e energia das décadas de 80 e 90, para continuar a luta pela terra e pela reforma agrária, as grandes mobilizações, as grandes ações de massas, pois como ator social e protagonista de importantes conquistas para os camponeses e camponesas, continua sendo fundamental a sua ação, como um dos interlocutor e mediador nas negociações das reivindicações das famílias sem terra, acampadas e assentadas.
Agradeço a possibilidade de mais uma vez estar aqui representando a CPT e aproveito para fazer um convite a todas e a todos: dia 07 de agosto, a CPT estará realizando a 15ª Romaria da Terra em Itapipoca, esperamos poder contar a participação significativa de componentes do MST e das instituições aqui presentes.
Concluindo deixo para nossa reflexão palavras de Miguel Arroyo:
“Para recuperar o humanismo pedagógico é preciso continuar vinculando a educação, com luta, com saúde, com reforma agrária, com cooperação, com participação, com cidadania, com esperança, com opinião, com justiça, com as grandes questões humanas que vivem o homem e a mulher do campo”.  
                                                                                                                                                        Lia Lima
Secretária Executiva da CPT Ceará
                                                                                                                  
Fortaleza-Ce; 21 de Julho de 2011

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