Hoje faz cinco anos que Dom Fragoso, foi morar junto ao Pai
Dom Fragoso: Profeta dos sem voz e sem vez
A ausência nos faz sentir saudades, mas também a presença de alguém que em vida se fez valer pela coragem, determinação, audácia, ousadia, solidariedade fé e amor.
Dom Antônio Batista Fragoso nasceu em 10.12.1920 e faleceu em 12.08.2006. Hoje dia 12 de agosto, completa cinco anos que o nosso querido Dom, nos deixou e foi morar definitivamente perto do Pai. É impossível deixar de lembrar alguns fatos dos quais ele foi um grande defensor e dentre os quais destaco: Justiça.
Dom Fragoso, durante os 34 anos que esteve na cidade de Crateús, a tornou conhecida de forma respeitosa: lugar onde existia um bispo corajoso, inteligente, “subversivo”, audacioso, bom, justo etc., esses eram alguns dos adjetivos que acompanhavam essa pessoa que nos trabalhos com as comunidades mais simples teve a clareza e a humildade de refletir, decidir e por em prática uma nova ação da Igreja juntos ao povo simples e oprimido das comunidades da Diocese de Crateús, em especial junto aos camponeses e camponesas. Uma prática Popular e Libertadora, onde, somente os grandes são capazes de ações dessa magnitude, cujo objetivo de construtor da consciência, que se consolidava na prática, cujo respeito ao próximo não era apenas uma utopia, mas um exercício contínuo de ação transformadora da realidade.
Conviver com Dom Fragoso foi uma grande oportunidade de aprender o sentido da escuta respeitosa, a busca do crescimento coletivo, a conviver com a diversidade cultural com a mesma postura de viver esperanças, sonhos, fraquezas, coragem e determinação frente às diversas situações, realidades e pessoas.
A Igreja com a qual quero continuar convivendo tem na sua pedagogia e metodologia, a prática que aprendi com Dom Fragoso, na Diocese de Crateús, com o trabalho de uma equipe que lá desempenhou um papel missionário juntamente com o profético Dom Fragoso. Gostaria muito de nos dias atuais vislumbrar a possibilidade de contar na Igreja do Ceará, com Pastores que continuem exercendo o papel de despertar esperanças, apresentar novos horizontes e praticar um modelo democrático e participativo das transformações emanadas da realidade dos excluídos, oprimidos, injustiçados e desrespeitados na consolidação dos seus direitos.
Ninguém é maior, ou melhor, que ninguém, mas todos somos parte de uma grande família. A família, do povo de Deus que mutuamente, busca construir com suas limitações, acertos e esperanças, um mundo mais justo, solidário e respeitoso, onde todos e todas possam viver dignamente.
A história e a memória, combativa e profética de Dom Fragoso, deve permanecer viva. A nós cabe o dever do zelo, da vigilância, do cuidado, por esse legado tão precioso e tão raro no contexto da Igreja atual.
Lia Lima
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