Moção de apoio as famílias acampadas no Município de Mauriti

MOÇÃO DE APOIO AS FAMÍLIAS DO ACAMPAMENTO VIDA NOVA – MAUTITI – CE.

Desde o dia 04 de Abril de 2011 139 famílias estão em processo de mobilização na cidade de Mauriti – CE, no intuito de pressionar o poder público exigindo o cumprimento da política pública de Reforma Agrária pelo Estado, com isso, os/as camponeses utilizam um instrumento legítimo e legal de luta, a ocupação de terra, tendo em vista a sua utilização na perspectiva de sua função social, como terra de trabalho. Nesse contexto, inicialmente ocuparam uma propriedade em Gravatazinho, em seguida Coité, onde permaneceram por dois meses, ambas as propriedades no citado município.
Dando continuidade a luta, há 40 dias as mesmas famílias estão no Acampamento Vida Nova no Distrito de Butirizinho no município de Mauriti – CE. A propriedade que possui 790 ha e está sendo alvo de disputa entre o latifúndio e os camponeses sem terra do citado município. As famílias encontram-se instaladas em condições precárias, morando em barracos de lonas, sem infra-estruturar básica de instalação de energia, banheiro e água, sem acesso a saúde e educação. No acampamento as famílias exigem políticas públicas que garantam a permanência dos camponeses na terra.
A desapropriação da terra para fins de reforma agrária encontra-se em processo de negociação envolvendo lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST, INCRA IDACE, SDA e o proprietário da terra. Contudo, os/as camponeses/as têm sido alvo de perseguição por parte da polícia, que já esteve na propriedade no dia 06 de julho, ameaçando que a ação de despejo se daria dia 13 do mesmo mês. Os acampados encontram-se temerosos de uma ação violenta de despejo tendo em vista à quantidade de crianças, idosos, mulheres grávidas, etc..
No dia 07 de julho de 2011 instituições comprometidas com as lutas sociais pela Reforma Agrária e solidárias com as famílias estiveram no acampamento Vida Nova, no sentido de demonstrar apoio a luta. Sendo essas: ACB, Casa Lilás, GEA/URCA, CALIGEO/URCA, PROCAMPO/URCA, Departamento de Geociências/URCA, Cáritas, FETRAECE, STTR/Crato, GRUNEC, Mandato da Vereadora Mara/PT, Fundação ARCA, Fundação Mussambê, Conselho da Mulher de Crato, Associação do Assentamento 10 de Abril, MST, Sindicato dos Trabalhadores/as Rurais Orgânicos e Ecológicos do Cariri, Rede Cearense de ATER e ATES.
As citadas instituições aderem a luta e reconhecem o direito histórico e constitucional dos camponeses a terra de trabalho e exigem do poder público a imediata desapropriação da área, bem como, cadastramento das famílias.

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