14ª ROMARIA AO CALDEIRÃO DO BEATO JOSÉ LOURENÇO DIOCESE DE CRATO-REGIONAL NE I TEMA: TERRA, ÁGUA, COMUNHÃO: BEM VIVER NO NOSSO CHÃO.
Aconteceu neste domingo, 22 de Setembro de 2013, a 14a Romaria ao Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, localizado no distrito da Ponta da Serra Crato Ceará.
A romaria, que já entrou para o calendário
cultural e religioso do Cariri, teve início às 7h30min, com a acolhida aos
Romeiros e uma Missa Campal celebrada por padres da Diocese.
O evento, realizado
anualmente pela Diocese de Crato, através da Comissão Pastoral da Terra (CPT),
reuniu religiosos de 15 municípios da região. Caravanas dos Estados da Paraíba,
Piauí, Pernambuco e Bahia também estiveram presentes à romaria. Para muitos o
cortejo não significa apenas um momento de fé e adoração. Também é visto como
tempo de aproximação entre os sertanejos e de renovação da esperança de dias
melhores para o homem do campo.
“Significa o resgate
da força das comunidades eclesiais de base e dos movimentos populares.
Fortalece a militância marcada pelo compromisso com a vida e a manutenção do
legado deixado pela própria comunidade do Caldeirão do beato Zé Lourenço, para
que ela possa ecoar em todas as nossas comunidades a partir da força da nossa
organização”, avalia padre Vileci Vidal, coordenador do CPT do Crato e
responsável pela celebração realizada ontem aos romeiros.
Este ano, a romaria
teve como tema “Terra, Água, Comunhão: Bem Viver no Nosso Chão”, que relembra a
convivência dos agricultores familiares, no Semiárido brasileiro, cuja
resistência se confunde com a do próprio beato José Lourenço, que organizou a
comunidade calcada em valores humanos e solidários.
Exemplo de
convivência com o Semiárido, o Caldeirão da Santa Cruz do Deserto é apontado
como experiência exitosa em cuidado com o homem e a terra. Com suas
experiências agroecológicos, a comunidade fundada pelo beato José Lourenço é
apontada como embrião do que se convencionou denominar de eco vilas.
Durante a celebração,
diversos temas sociais foram levantados pelos religiosos. Dentre os assuntos
debatidos, a necessidade do desenvolvimento de programas ecológicos, como forma
de fortalecimento das comunidades, foi o que mais chamou a atenção dos
presentes. “Nós precisamos reestruturar a vida. A sociedade está um tanto
quanto acomodada às questões sociais. As questões ecológicas já eram discutidas
à época do Caldeirão. Precisamos resgatar esse debate, dentre muitos outros
temas”, ratificou padre Vidal.
A comunidade de
Gravatá, localizada na zona rural de Caririaçu foi lembrada durante as
discussões. No local deverá ser construído o aterro sanitário que atenderá
alguns municípios da região. A população que lá reside, no entanto, é contrária
a obra. Afirma que os reservatórios hídricos ali existentes serão contaminados
com o funcionamento do aterro e que as áreas de plantio serão prejudicadas.
“Todos estes projetos
que ocasionem prejuízo às comunidades produtivas necessitam ser revistos. É
isso que nós também estamos debatendo na romaria”, explicou o religioso.
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