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Denúncias de violência e trabalho escravo envolvem cultura do dendê no Pará

Ministério Publico investiga ligação de assassinato de quilombolas com disputa de terras para dendê. Agropalma, maior empresa do setor no país, compra produção de vice-prefeito de Moju, duas vezes flagrado com exploração de trabalho escravo Por Verena Glass Os investimentos em dendê no Pará, principal estado produtor do país, aumentaram consideravelmente este ano, com recursos que superaram os R$ 27 milhões, de acordo com o Banco da Amazônia. Esta injeção de dinheiro e a concomitante instalação ou expansão de grandes empresas no Estado, porém, tem preocupado o Ministério Publico Estadual (MPE), que teme o acirramento de disputas fundiárias e da pressão sobre  territórios de populações tradicionais, como quilombolas e indígenas. Aposta de programa de biodiesel, dendê pode afetar comunidades tradicionais. Foto: Verena Glass No início de novembro, quilombolas da Comunidade Dezenove de Maçaranduba, localizada na divisa dos municípios de Acará e Tomé Açu, sofreram um ataque de p...

Produção comunitária serve como barreira para o turismo predatório

Construir cadeias produtivas de valor para blindar o mosaico natural do Arquipélago de Anavilhanas, no baixo Rio Negro, no Amazonas, foi a saída encontrada por lideranças locais contra os riscos do turismo predatório em função da Copa do Mundo de 2014. O lugar, berçário de biodiversidade, abriga 400 ilhas de mata virgem. "Como o assédio dos visitantes será intenso nos arredores de Manaus, sede dos jogos, o projeto é desenvolver atividades econômicas preventivas, principalmente o turismo de base comunitária, que envolverá 18 vilarejos ribeirinhos retendo o máximo de renda para região", afirma Mirela Sandrini, diretora do Fundo Vale, responsável pelo investimento de R$ 4 milhões em capacitação para o empreendedorismo e fortalecimento dos elos atrelados ao negócio. " O plano é multiplicar ideias e conectar parcerias para se alcançar escala em modelos econômicos com foco na conservação", explica a diretora. Nos últimos três anos, o fundo aplicou R$ 15 milhões na Am...

Triplica número de trabalhadores escravizados no desmatamento

A Campanha Nacional da CPT de Combate ao Trabalho Escravo divulga os dados parciais de trabalho escravo no país, até 10 de dezembro de 2012, Dia Internacional dos Direitos Humanos . Segundo os números, foram 168 casos em todo o Brasil, envolvendo 3.110 trabalhadores, tendo sido resgatados 2.187. A informação é do sítio da Comissão Pastoral da Terra - CPT , 20-12-2012. Dos 168 casos registrados pela Campanha, 63 ou 37,5% foram encontrados na pecuária. Esses casos envolveram 663 trabalhadores, mais de 21% do total, tendo sido libertadas 473 pessoas. Mas a atividade que concentrou o maior número de pessoas libertadas foi a da produção do carvão vegetal, 523 libertados, 23,9% do total. Em 29 casos em que estavam envolvidos 535 trabalhadores. Trabalho escravo X desmatamento Na categoria desmatamento foram registrados 13 casos, dois a mais que no ano anterior, envolvendo 345 trabalhadores, dos quais 121 foram resgatados. Em 2011, o número de trabalhadores escravizados em atividade de desm...

No Nordeste, política de convivência com o semiárido substitui combate à seca

O semiárido brasileiro enfrenta a pior seca dos últimos 40 anos , e os sertanejos ainda continuam sofrendo com a estiagem. Sociedade civil e governo federal investem agora em políticas de convivência com o semiárido . A reportagem é de Carlos Albuquerque e publicada pelo sítio Deustche Welle , 20-12-2012. Trata-se da 72ª grande estiagem registrada em mais de 500 anos de história, segundo dados da Articulação pelo Semiárido (ASA), rede formada por mais de 750 organizações da sociedade civil, que atuam na gestão e no desenvolvimento de políticas de convivência com a região semiárida. No entanto, até bem pouco tempo, em vez de disseminar políticas de "convivência com o semiárido", o governo federal empreendia o "combate à seca" – e isso desde que o imperador Dom Pedro 2° autorizou a construção do açude do Cedro, uma das primeiras grandes obras públicas de combate à estiagem, em 1880, passando pela fundação do atual Departamento Nacional de Obras contra a Seca ( Dno...

A santa água do padre Bernardo Bourassa

As cinco cisternas da Igreja Nossa Senhora de Nazaré são abertas ao público duas vezes por semana, a partir das 8h Capistrano  O olhar visionário do padre jesuíta canadense Bernardo Bourassa e sua obstinação estão matando a sede de milhares de sertanejos que residem nesta cidade. Cinco cisternas construídas pelo religioso há 20 anos fornecem água potável à comunidade. "Essa é a verdadeira água benta, milagrosa mesmo", garante a dona de casa Maria Aldízia Silva dos Santos que, duas vezes na semana, se dirige à Igreja Nossa Senhora de Nazaré com o balde na mão. Com baldes e cordas, a população de Capistrano puxa água das cisternas Fotos: Waleska Santiago Essa história começa em 1968, data da chegada do padre Bernardo a Capistrano. Alguns anos depois, incomodado com os problemas decorrentes da escassez de chuvas, pensou numa maneira de minimizá-los. A ideia inicial foi de cavar poços profundos na região. Ao ver que isso era inviável, pois a qualidade da água não era adequada pa...

Entidades assinam acordo para criar cadastro rural

20 de dezembro de 2012 | 19h 41 AE - Agência Estado Os ministérios do Planejamento, do Desenvolvimento Social e do Desenvolvimento Agrário juntamente com o Banco do Brasil e vários governos estaduais e entidades de classe assinaram acordo de cooperação técnica com o Ministério do Meio Ambiente para implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que está previsto no novo Código Florestal. Além da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Organização das Cooperativas Brasileira (OCB), assinaram o acordo os governos de Amapá, Alagoas, Paraíba, Roraima, Maranhão e Tocantins. No total, 18 Estados já assinaram termos de cooperação para acelerar o processo de regularização dos imóveis rurais. Rio de Janeiro foi o primeiro, em agosto, e mais 11 em novembro: Amazonas, Acre, Rondônia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Paraná, Sergipe, Ceará, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou durante o evento de assinatura de 14...

Na base do racismo, temor à semelhança?

21 de dezembro de 2012 | 2h 14 Washington Novaes* - O Estado de S.Paulo Páginas de jornais e revistas andam repletas de notícias, interpretações e opiniões a respeito da legislação que reserva cotas em universidades e institutos técnicos de nível médio federais para candidatos que se declararem pretos, pardos ou indígenas, assim como a alunos que tenham feito integralmente o ensino médio em escolas públicas e a candidatos oriundos de famílias com renda familiar mensal per capita de até um salário mínimo e meio. Não faltam controvérsias. Mas não é só por aí que vai a discussão. Ela inclui, também, a discriminação contra a mulher no mercado de trabalho e na renda. Segundo informações deste jornal (28/10), o primeiro Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pós-lei de cotas mostrou que 54% dos inscritos eram negros ou indígenas, enquanto a participação dessas etnias na população nacional é de 51%. E, dos 5,7 milhões de estudantes que se inscreveram para vestibulares, 1,5 milhão hav...